Eventos alusivos ao Bicentenário da Imigração Alemã continuam

Dia 22 de setembro ocorreu a Frühlingsfest na localidade da Ilha Nova e junto a este evento realizou-se o lançamento da revista comemorativa do Bicentenário da imigração Alemã no RS, que traz fatos e memorias afetivas dos descendestes.
Tivemos a inauguração do monumento comemorativo “Frühlingsbaum” (arvore de primavera), que na cultura alemã é uma arvore que conta uma história, no caso, a história da localidade da Ilha Nova. Este monumento foi idealizado, como homenagem ao “Reduto da Cultura da Imigração Alemã de Rolante”

FRÜHLINGSBAUM

“Árvore da Primavera”

No ano de 2024 comemoramos o bicentenário da colonização alemã e centenário da chegada dos imigrantes da região de Oldenburg/Alemanha, em Rolante. Os primeiros imigrantes alemães chegaram ao nosso país no dia 25 de julho de 1824 e algumas destas famílias e seus descendentes também povoaram as terras da nossa região, inclusive da localidade de Ilha Nova. Para celebrar esse importante momento da nossa história e reconhecer a Ilha Nova como o “reduto da cultura de imigração alemã de Rolante” a Comissão do Bicentenário, junto com a ASCOMIN – Associação Comunitária de Ilha Nova, decidiu por instalar o “Frühlingsbaum”, monumento livremente inspirado na tradição do “Maibaum”, que comemora a chegada da primavera no hemisfério norte. Ele representa o final de um período de adversidades ocasionadas pelo inverno para o início de um novo ciclo de renovação, com cultivo do solo, flores e calor do sol, renovando-se a esperança de dias melhores.

O “Frühlingsbaum” é alusivo a maior festa da comunidade de Ilha Nova, a Frühlignsfest – Festival da Primavera e registra aspectos importantes da história, da cultura e da economia da localidade, que em grande parte foram heranças deixadas pelos primeiros imigrantes, que povoaram estas terras. Ele marca a entrada de uma época próspera, a chegada do calor com a primavera e o início da época da colheita.

O mastro, pintado nas cores azul e branca, representam as cores originais dessa tradição praticada na Alemanha.

Os indígenas foram os primeiros habitantes. Em 1966, foi identificado um sítio arqueológico de habitação guarani na região de Ilha Nova, sendo que os registros e as peças estão no acervo do MARSUL – Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul, em Taquara.

 Registros históricos do século XVIII mencionam a “Ilha” como local de descanso dos tropeiros que percorriam a Estrada de Cristóvão Pereira de Abreu, sendo a Ilha um “grande desmonte de mato” em meio ao percurso entre o passo do Rio Rolante e os Campos de Cima da Serra. À margem desse caminho está o “Túmulo do Farrapo”, lugar onde foi enterrado um religioso, integrante das tropas farroupilhas comandadas por Bento Gonçalves, no final de 1840.

As imagens do segundo ramo representam a colonização das famílias alemãs, que aqui fizeram a sua morada e iniciaram um novo ciclo, uma “Ilha Nova”, com suas casas enxaimel e jardins floridos e o desenvolvimento da agricultura.

A religiosidade sempre foi muito presente na comunidade. A construção da igreja e da escola eram fundamentais para os alemães. A Igreja Evangélica foi inaugurada em 28/11/1915 e a torre com o sino em 1935.

As práticas culturais são destaque na comunidade, até hoje mantidas pela ASCOMIN (Associação Comunitária de Ilha Nova), local de convívio social, união e confraternização. A tradição do canto coral é praticada pelos Corais Primavera e Amor Perfeito, este último fundado em 29 de outubro de 1929.

A alegria e as festividades estão representadas pelo Deutsch Volkstranzgruppe Neue Insel (Grupo de Danças Folclóricas Alemãs Neue Insel) e pelo Terno de Atiradores Amigos Unidos. A celebração dos ternos de ano novo e a salva de tiros de reiuna é um verdadeiro patrimônio cultural da nossa cidade.

No topo do mastro, o brasão representa a importância econômica e retrata os principais ciclos de produção com destaque na história da comunidade: o feijão, o milho, a cachaça e o carvão.